
Aquela foi a segunda vez que a escutei dizer. Mas a primeira que realmente acreditei que era o que ela queria fazer. Se em um momento ela chorou, e todo meu coração se partiu quando ela lamentou, agora quem junta os pedaços sou eu. Antes não senti a dor, mas agora o sofrimento é todo meu. Pelo orgulho dela, sufoquei meus pontos, mas ela não foi assim tão complacente. Parece que não se importa, ou que nem mesmo sente. Eu dei à ela, e fiz dela, o meu mundo, e enquanto para mim isso não passa, parece que esquecer, à ela, levou só um segundo. Apreciava sua essência, e seus hábitos naturais. Lembro que disse à ela uma vez, e ela jurou que me amava mais. E ainda não sei qual foi meu engano, onde escorreguei e levei tanto dano, pois ela guardou todas as suas razões, bem escondidas, sob um pano. Sei que agora me desconserta, mas quero, sua presença. Pois prefiro isso à toda essa indiferença. E ainda me sinto estúpido em me encontrar pensando nela, imaginando se pensa em mim, enquanto pode parecer certo, que sou o único que se encontra assim. Cada momento sozinho uma lembrança, cada momento presente um grito silente por perdão, sempre lembro da ultima dança, quando não fazia idéia da eminente separação. Por fim, faço algo lindo, buscando empatia, mas volto sozinho, virando a esquina, relembrando que não foi nada, nada, como achei que seria. Pois desejei um sincero sorriso e um abraço, um sinal de redenção. Mas ainda lembro da falta de piedade desfazendo o laço e da cor cinza daquele botão. Enquanto meu caminho sigo, mais idiota ainda me sinto, dizendo que não ligo, sabendo o quanto à mim mesmo realmente minto. Mas deixando claro, e olhando fundo, não quero volta. Não quero amor advindo de revolta. Quero somente saber, que embora tenha apagado as luzes, ela ainda não fechou a porta.